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Depressão – Pesquisas com canabinoides

A depressão é um transtorno grave do humor que afeta 6,7% dos adultos e 3,3% de jovens entre 13 e 18 anos nos Estados Unidos. Estudos tem demonstrado que a canabis possui efeitos antidepressivos e antipsicóticos.

Visão geral

A depressão é um distúrbio do humor que causa problemas emocionais e um sentimento persistente de tristeza e indiferença. Este tipo de condição afeta o cérebro e tem como causa uma combinação de fatores genéticos, ambientais e psicológicos.

Existem várias formas de depressão. Um distúrbio depressivo maior (DDM) está associado a sintomas graves que afetam a habilidade de se viver um dia normalmente. Embora um caso de depressão possa ocorrer uma única vez, as pessoas diagnosticadas com a doença tipicamente experimentam diversos episódios ao longo da vida. Um transtorno depressivo é considerado persistente quando ele dura mais de dois anos, apresentando sintomas com intensidade variada. O transtorno bipolar, também chamado de maníaco-depressivo, causa um ciclo de alterações extremas de humor.


Algumas formas de depressão podem surgir após experiências traumáticas. A depressão psicótica ocorre quando uma pessoa apresenta um quadro de depressão grave e alguma forma de psicose. A depressão pós-parto pode afetar mães de primeira viagem, devido às alterações físicas e hormonais que experimentam, além da sensação de estarem sobrecarregadas com as novas tarefas e responsabilidades. O transtorno afetivo sazonal se desenvolve durante os meses de inverno quando estamos menos expostos à luz natural do sol.

A depressão causa sentimentos de tristeza ou desânimo, explosão de raiva, perda de interesse ou prazer, distúrbios do sono, falta de energia, ansiedade, alterações no apetite e sentimentos de inutilidade.  A condição pode ser tratada com medicação e acompanhamento psicológico. Para alguns que experimentam casos de depressão grave pode ser necessário internamento ou outros programas de tratamento.

Descobertas sobre os efeitos da canabis na depressão

Diferentes pesquisas descobriram que o sistema endocanabinoide está associado à regulação do humor. Uma disfunção no sistema, que leva a uma redução na concentração de canabinoides, foi associada à depressão e distúrbios do humor (14, 17, 12, 21). Esta disfunção é provavelmente causada por estresse crônico, conforme um estudo que descobriu que a exposição a diferentes formas de estresse reduz significativamente a concentração de endocanabinoides em mulheres diagnosticadas com DDM (16).

Estas descobertas sugerem que os canabinoides, como o THC (tetraidrocanabinol) e o CBD (canabidiol) encontrados na canabis influenciam o sistema endocanabinoide, podendo auxiliar sua regulação, oferecendo potencial terapêutico( 2, 15, 21). Os canabinoides têm demonstrado promover a neurogênese no hipocampo, sugerindo que poderiam produzir efeitos ansiolíticos e antidepressivos (19).


    Estudos confirmaram que tanto o THC quanto o CBD oferecem efeitos sedativos, antipsicóticos e antidepressivos (3, 10, 22). Um estudo clínico com animais descobriu que a administração de canabinoides foi capaz de normalizar a função endocanabinoide e por consequência, estabilizar o humor e aliviar a depressão (13).

    Diversos estudos com animais têm demonstrado os efeitos antidepressivos e ansiolíticos (antiansiedade) do CBD (7, 24, 10). Em outro estudo com humanos, a administração de CBD antes ou depois que indivíduos foram condicionados a uma caixa colorida com choques elétricos gerou uma redução na resposta contextual automática, sugerindo que o CBD poderia ser eficaz no tratamento de distúrbios de ansiedade (6). Mais recentemente, em um estudo com animais, foi descoberto que o CBD rapidamente gera efeitos antidepressivos e ansiolíticos (20). Evidências indicam que é a interação do CBD com o neuroreceptor 5-HT1A que causa estes efeitos (7, 24).

    Foi descoberto que o THC altera a resposta a imagens e emoções negativas. Em um estudo, pessoas com THC na corrente sanguínea experimentaram uma redução na propensão negativa de processamento emocional (4). Um estudo com humanos descobriu que o THC e o CBD são eficazes na redução da resposta à expressões faciais assustadoras (11).

    A canabis também pode auxiliar no gerenciamento de riscos à saúde associados à depressão, já que ela está vinculada a um maior risco de se desenvolver doenças cardiovasculares e pressão arterial sistólica em repouso mais alta. No entanto, um estudo descobriu que a administração de canabinoides em mulheres diagnosticadas com depressão foi eficaz no controle da pressão alta (18).

    É importante observar que o uso de maconha havia sido associado a um maior risco de sintomas de depressão (5). Porém, uma pesquisa descobriu que adultos que usam maconha regularmente não tem uma maior propensão à depressão do que quem não usa (8). Além disso, um estudo de 2012 descobriu que as taxas de suicídio, no geral, diminuíram em 5% nos estados onde existe uma legislação que regulamenta o uso de maconha medicinal, logo após sua implantação. Alterações nas leis relacionadas à maconha causaram uma diminuição de 11% na taxa de suicídios em homens entre 20 e 29 anos de idade e 9% entre 20 e 39, com uma diminuição drástica em jovens entre 15 e 19 anos (1).

    Estudos recentes sobre os efeitos da canabis na depressão

    Referência:

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    Yana Djonua

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