RECEPTORES DE VANILÓIDE
O CBD interage diretamente com vários canais iónicos para produzir o efeito terapêutico. O CBD, por exemplo, liga-se aos receptores TRPV1 que também funcionam como canais iónicos.
Como se sabe, o TRPV1 pode mediar a perceção da dor, diminuir a inflamação e temperatura do corpo. O TRPV é abreviatura técnica para «subfamília do canal catiónico potencial transiente do receptor V».O TRPV1é um das inúmeras variantes ou subfamílias do receptor TRP (pronunciado “trip”) que medeiam os efeitos de uma ampla gama de ervas medicinais. Os cientistas também chamam o TRPV1 como «receptor vanilóide», nomeando-o assim em homenagem à saborosa fava de baunilha. A baunilha contém eugenol e óleo essencial que têm propriedades antissépticas e analgésicas, isto ajuda a desobstruir os vasos sanguíneos. Historicamente, a fava de baunilha foi usada como remédio popular contra dores de cabeça.
O CBD liga-se ao TRPV1, o que afeta a perceção da dor.
A capsaicina é composto pungente e picante da pimenta chili que ativa o recetor TRVP1. A anandamida, canabinóide endógeno, também é um agonista do TRPV1.
GPR55–RECEPTORES ÓRFÃOS
Enquanto o canabidiol ativa diretamente o receptor de serotonina 5-HT1A e vários canais iónicos TRPV, alguns estudos indicam que o CBD funciona como um antagonista que bloqueia ou desativa outro receptor acoplado à proteína G conhecido como o GPR55.
O GPR55 foi nomeado «receptor-órfão» porque os cientistas ainda não têm certeza se ele pertence à família maior de receptores. O GPR55 é amplamente expresso no cérebro, especialmente no cerebelo. Está envolvido na modulação da pressão sanguínea e densidade óssea, bem como em outros processos fisiológicos.
O GPR55 contribui para um bom funcionamento das células dos osteoclastos, o que facilita a reabsorção óssea. A transferência hiperativa dos sinais do recetor GPR55 está associada com a osteoporose. O GPR55, quando ativado, também promove a proliferação das células cancerígenas, de acordo com o estudo de 2010 realizado pelos investigadores da Academia das Ciências Chinesa em Xangai. Este receptor está expresso em vários tipos do câncer.
O CBD é um antagonista do GPR55, como divulgou a Ruth Ross, cientista da Universidade de Aberdeen, na conferência de 2010 da Sociedade Internacional de Estudo dos Canabinóides em Lund, Suécia. Ao bloquear a transferência dos sinais de GPR55, o CBD pode agir para reduzir tanto a reabsorção óssea como a proliferação das células cancerígenas.
PPARS – RECETORES NUCLEARES
O CBD também produz um efeito anti-câncer ativando os PPARs [recetores ativados por proliferadores de peroxissoma] que estão situados na superfície do núcleo da célula.
A ativação do recetor conhecido como PPAR-gama tem efeito anti-proliferativo, bem como tem capacidade de induzir a regressão do tumor nas linhas celulares do cancro dos pulmões dos humanos.
A ativação de PPAR-gama degrada a placa beta-amilóide, molécula principal relacionada com o desenvolvimento da doença de Alzheimer. É uma das razões que explicam porque o canabidiol, antagonista de PPAR-gama, pode ser remédio útil para os pacientes com doença de Alzheimer.
Os recetores PPAR também controlam os genes que estão envolvidos na homeostase energética, absorção dos lipídios, sensibilidade à insulina e em outras funções metabólicas. Assim, os diabéticos podem beneficiar do regime de tratamento rico em CBD.
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